Fragmentos de Maria Alice Estrella
Dentro de mim
mora um anjo
travesso
e irrequieto,
que me leva
a mundos infinitos
e desconhecidos
nas asas brancas
da imaginação...
E me ensina
muitas canções
e poemas
que brincam de roda
no meu coração...
E me faz companhia
mesmo quando adormeço
porque viaja nos sonhos
da minha alma andarilha
como se fosse parceiro
da minha lenta agonia...
E, muitas vezes, desperto
com o seu riso brejeiro
como se tivesse pressa
de viver inteiro,
nos meus passos,
mora um anjo
travesso
e irrequieto,
que me leva
a mundos infinitos
e desconhecidos
nas asas brancas
da imaginação...
E me ensina
muitas canções
e poemas
que brincam de roda
no meu coração...
E me faz companhia
mesmo quando adormeço
porque viaja nos sonhos
da minha alma andarilha
como se fosse parceiro
da minha lenta agonia...
E, muitas vezes, desperto
com o seu riso brejeiro
como se tivesse pressa
de viver inteiro,
nos meus passos,
todos os planos
que a vida
ainda tem para nós...
que a vida
ainda tem para nós...
O olhar do menino
cristalizou na vidraça
e a chuva caiu
mansinha,
desmoronando sonhos.
O jogo de bola, não houve
e a pandorga ficou presa na mão.
Pobre menino!
Quando a vida diz: não!
Fica só o barulho
do coração,
quebrado
em caquinhos,
c
a
i
n
d
o
no chão ...
Aprendi contigo
a ser grande
na dor,
a enfrentar valente
o reverso da medalha.
Aprendi contigo
que o sorriso vale mais
do que as lágrimas,
Ensinaste tantas caminhadas,
verdades,
encantamentos...
Aprendi a viver contigo
e, através de ti,
desde a vez primeira
em que te carreguei nos braços
e, além, muito além
da vez em que te embalei
por fim.
O avesso da chegada não é a partida, é a separação.
O avesso da presença não é a ausência, é a saudade.
O avesso da solidão não é a companhia, é a partilha.
O avesso do longe não é o perto, é o junto.
O avesso da luz não é a sombra, é o opaco.
O avesso do nunca não é o sempre, é o contínuo.
O avesso do provisório não é o duradouro, é o permanente.
O avesso da distância não é a proximidade, é constância.
O avesso da lágrima não é o riso, é a estiagem.
O avesso de mim não é a face no espelho, é o rosto transparente.
O avesso de mim não é a lembrança do que não fui, é a certeza do que serei...
O avesso de mim és tu, costurado nas dobras da minha alma...
Tão rápida
foi a tua partida
que deixaste tuas mãos
aprisionadas
em minha pele
e levaste
contigo
o meu olhar
que ficou preso
nas entrelinhas
da tua alma!
que deixaste tuas mãos
aprisionadas
em minha pele
e levaste
contigo
o meu olhar
que ficou preso
nas entrelinhas
da tua alma!
Minh’alma
tem o estranho hábito
de exilar-se
do meu corpo
quando sente nostalgia.
E voa
em danças estonteantes
e foge rápido
e fica distante.
E a descubro,
muitas vezes,
espreitando
debruçada
no contorno da colina
da minha juventude,
enternecida
e saudosa
do nunca mais.
de exilar-se
do meu corpo
quando sente nostalgia.
E voa
em danças estonteantes
e foge rápido
e fica distante.
E a descubro,
muitas vezes,
espreitando
debruçada
no contorno da colina
da minha juventude,
enternecida
e saudosa
do nunca mais.
Convidei o amor para cear comigo.
Cobrei entrada na porta do afeto;
virei a mesa do jantar da ternura;
quebrei os pratos do manjar de carinho;
espalhei cinzas no tapete da compreensão;
enxotei o gato da cadeira de promessas;
desfiz a festa da espera com impaciência;
sentei num canto do sofá da ausência
e fiquei só como uma casa vazia.
Não notei que, ao apagar das luzes,
um vulto vinha pela rua escura,
correndo muito
para entregar-me rosas...
virei a mesa do jantar da ternura;
quebrei os pratos do manjar de carinho;
espalhei cinzas no tapete da compreensão;
enxotei o gato da cadeira de promessas;
desfiz a festa da espera com impaciência;
sentei num canto do sofá da ausência
e fiquei só como uma casa vazia.
Não notei que, ao apagar das luzes,
um vulto vinha pela rua escura,
correndo muito
para entregar-me rosas...
Teu vulto ficou preso na porta,
tua mala perdeu-se na rua sem saída,
teu trem partiu para nenhum lugar...
Foste deixando pedaços de alma
por todos os caminhos
numa tentativa fugaz
de perpetuar o vazio
da tua eterna ausência...
Viro a página do livro
e descubro um poema
nunca escrito
e sempre oportuno...
Apago a luz
e acaricio
a sombra da saudade
que, insistente,
deita ao meu lado
e suspira...
teu trem partiu para nenhum lugar...
Foste deixando pedaços de alma
por todos os caminhos
numa tentativa fugaz
de perpetuar o vazio
da tua eterna ausência...
Viro a página do livro
e descubro um poema
nunca escrito
e sempre oportuno...
Apago a luz
e acaricio
a sombra da saudade
que, insistente,
deita ao meu lado
e suspira...
Não sei se foi a cor do dia
ou, o barulho de passos
no chão de tábua corrida,
recordando os sons da infância
ou, se foi o gosto da comida
com sabor de almoço de domingo.
Não sei.
Só sei que a saudade,
nem sei bem de que,
brotou funda no peito
e encheu meus olhos d'água.
Senti vontade
de ser um riacho,
correndo livremente
por essas terras
até encontrar
o horizonte.
no chão de tábua corrida,
recordando os sons da infância
ou, se foi o gosto da comida
com sabor de almoço de domingo.
Não sei.
Só sei que a saudade,
nem sei bem de que,
brotou funda no peito
e encheu meus olhos d'água.
Senti vontade
de ser um riacho,
correndo livremente
por essas terras
até encontrar
o horizonte.
nem o coração
está a disposição
de cláusulas contratuais.
Se o teu amor é de aluguel,
coloca a tabuleta de aviso
antes que adentre pela tua alma
alguma outra alma interessada
está a disposição
de cláusulas contratuais.
Se o teu amor é de aluguel,
coloca a tabuleta de aviso
antes que adentre pela tua alma
alguma outra alma interessada
em possuir teu âmago para sempre...
Ela deixou o sorriso guardado
numa gaveta da alma
e tentou colar o anel de cristal
com lágrimas e silêncio.
No lenço colocou a saudade,
na mala arrumou os retratos.
E viajou
no redemoinho
das emoções naufragadas.
Voltou depois do tempo
e ficou na gare,
sentada,
premeditando ausências.
só o apito do trem
acompanhou sua tristeza
no olhar parado
de quem mais nada espera
porque tudo: - aconteceu!
e tentou colar o anel de cristal
com lágrimas e silêncio.
No lenço colocou a saudade,
na mala arrumou os retratos.
E viajou
no redemoinho
das emoções naufragadas.
Voltou depois do tempo
e ficou na gare,
sentada,
premeditando ausências.
só o apito do trem
acompanhou sua tristeza
no olhar parado
de quem mais nada espera
porque tudo: - aconteceu!
Escrever poemas
é como tecer
no tear
uma tela de cores
matizando
sentimentos
com os tons
peculiares
que a vida
oferece
a cada manhã.
Escrever poemas
é buscar vencer
o tempo
e atravessar as fronteiras
sem limites
do aqui e agora.
Escrever poemas
é viver
para sempre!
Que gesto perdidoirá buscar o sonho
antigo e puro?
Que manhã desconhecida
trará o menino-homem
crescido na distância?
Procuro nas mãos
os traços do afago
nunca esquecido,
no rosto, a marca
da lágrima mais perfeita,
no tempo, a paz de ser
eu mesma
em teu abraço.
Na véspera do encontro
espero tua chegada
e afago a almofada
em que reclino meu sonho.
Aninho, em mim,
Os carinhos que virão...
E os gestos acomodam
os mistérios
do fascínio
da festa que será
o encontro de nossas almas
e de nossos corpos,
que se buscam
desde sempre,
porque desde sempre
desejam
um pouco de infinito
no efêmero de tudo!
Maria Alice de Carvalho Estrella é natural de Porto Alegre – RS Poeta premiada com primeiros lugares em concursos nacionais. Patrona da Feira Municipal do Livro de São Lourenço do Sul em 1992. Membro da Academia Sul-Brasileira de Letras, ocupando a cadeira nº 32 Sócia correspondente da Academia Literária Feminina do Rio Grande do Sul. Produziu e encenou uma Performance de poesia e prosa no Teatro Sete de Abril em 1994 Produziu e encenou Performance poética (monólogo) na Biblioteca Pública Pelotense em 1995 Membro da Academia Pelotense de Letras, ocupando a cadeira nº 12 Membro da International Writers and Artists Association. Publicou cinco livros independentes e participou de nove coletâneas. Cronista colaboradora do jornal Diário Popular, escreve uma coluna, publicada no caderno Dominical.
*imagens e poemas retirados do site oficial da autora
Admiro profundamente quem sabe adestrar as palavras, matéria prima de poemas que, alimentam nossas almas e despertam nossos mais belos sentimentos.
ResponderExcluirObrigada pela visita, volte sempre
Marineide
meus outros blogs
http://gregapoemas.blogspot.com
http://brasigrega.blogspot.com
Só poema lindo, vou olhar com calma o site. Gostei mesmo.
ResponderExcluirBeijos
Nossa, que maravilha de fragmentos...
ResponderExcluirLindo demais meeesmo. Cada verso, cada palavra, cada imagem, cada som é uma poesia diferente que chega até mim de uma maneira espetacular... É poesia da alma, são fragmentos que acalmam...
Lindo demais. E qual escolher dentre tantos, não tem como, são todos maravilhosos... =D
Mas hoje, digo hoje, porque que sabe amanhã minha alma encontre outros espelhos dos seus versos...
Hoje, foram esses versos cantaram em minha alma:
"Minh’alma
tem o estranho hábito
de exilar-se
do meu corpo
quando sente nostalgia."
Parabéns a Maria Alice e parabéns pra vc, Duzinha, que com a sua sensibilidade poética apresentou essa escritora mravilhosa para nós!!!
Beijinhos
lindo demais mesmo :-)
ResponderExcluirAmei demais, emocionei e senti cada palavra, como eu gostava de exprimir assim a minha Alma, com tanto sumo e união perfeita de palavras :-)amei demais esta parte :-)
Escrever poemas
é como tecer
no tear
uma tela de cores
matizando
sentimentos
com os tons
peculiares
que a vida
oferece
a cada manhã.
Escrever poemas
é buscar vencer
o tempo
e atravessar as fronteiras
sem limites
do aqui e agora.
Escrever poemas
é viver
para sempre!
muitos parabéns à autora e a voce Du :-)
beijo :-)
Obrigada Du.. nao conhecia Maria Alice Estrella.
ResponderExcluirApreciei muito seus poemas.
Vc é muito doce...da pra sentir a essencia...atraves deste seu cantinho.
Obrigada por compartilhar conosco!
bjinhos Vivi
Lindos os poemas de Maria Alice, irmã de nossa Amiga Vera que mora na California.
ResponderExcluirLindo post, Doce.
Meninaaa! Que presente lindo o que me ofertaste! Mil vezes grata pelo carinho e pela ternura em teres fragmentado um pouco dos meus poemas. Realmente, o poeta se fragmenta ao redigir. Junta os cacos de vidro. Monta o vitral. Tudo requer perícia de ourives e simplicidade de sentir. E me ver assim, desnudfa e translúcida no teu BLOG me emocionou!
ResponderExcluirManda-me teus escritos. Vou ter muito prazer em te ler. Sou uma aprendiz, sempre. E gosto de ser assim.
Ah! Onde os sonhos extraviados vão parar? Vou escrever sobre isso. Te mando depois!
Beijossss no coração
Maria Alice Estrella
Agradeço cada palavra delicada que os comentaristas escreveram.
ResponderExcluirValeu!
Maria Alice Estrella
Eu é que agradeço a tua presença aqui Maria Alice, é uma honra pra mim, muito obrigada MESMO!!!
ResponderExcluirDuq querida minha...
ResponderExcluirO poeta é um návio a navegar por verdes mares...é um passáro a voar e por meio de nuvens a festejar...um encanto de sonhos a bailar por lindas palavras empregar...
Sente-se mais perto Deus por que é livre para brincar...teus sentimentos desabrochar encantando seus discipulos seja por qual lugar passar...
És poeta, és feliz, por que felicidade pode-se doar e fazer os seres se divertirem em pensar como a mente de um poeta pode funcionar trazendo em todas as formas de sentimentos a busca eterna de encontrar fantasias para viver e agradar.
Poesia é isto...brincar com as palavras.
Parabéns á poetisa Maria Alice, amei as poesias este brincar com palavras, achei tão delicadas, uma docura lê-las e interpretá-las, quando leio eu navego nas escritas. Fiz uma deliciosa viagem lendo estas aqui...
"O avesso de mim és tu, costurado nas dobras da minha alma..." Isto foi escrito pra mim...
Obrigada minha querida, por divulgar e partilhar esta maravilha. Adorei mesmo.
Doce beso...chorona...rs
Te amo...
Olá, Du.
ResponderExcluirOs poemas dela são bastante intimistas. Tocam a alma.
Beijos, Du, e um ótimo final de semana.
Oi, Du!
ResponderExcluirDe todos, destaco os que me tocaram mais profundamente: Anjo, Avesso, Aprendiz, Exílios e Horizontes! Desse último, destaco este trecho:
"Senti vontade
de ser um riacho,
correndo livremente
por essas terras
até encontrar
o horizonte."
Obrigado por nos apresentar mais estas maravilhas de poesias dessa poetisa que, infelizmente, ainda está restrita ao conhecimento de poucos.
Beijo!
Juca