Índios urbanos
Segundo dados recentes do IBGE, mais da metade dos índios brasileiros vive atualmente em território urbano. No entanto, eles permanecem invisíveis ao poder público, e lutam para ter acesso aos direitos básicos garantidos aos indígenas pela Constituição brasileira.
Ao contrário do que muitos pensam, a situação de êxodo indígena para as cidades não é atual: isso já ocorre desde o século XVIII, época de Marquês de Pombal, quando houve o desmonte das missões indígenas. Os “índios urbanos” também fizeram parte de nossa história, como no caso da Revolução da Cabanagem. Apesar disso, nos dias de hoje, os indígenas da cidade se tornaram praticamente “invisíveis” para nós, no meio da população urbana. Os motivos pelos quais um índio deixa sua aldeia e passa a viver nos centros urbanos variam muito. Devido à falta de apoio governamental, as populações indígenas se sentem desamparadas, e muitas vezes há falta de recursos e de comida. Alguns índios vão para a cidade em busca de melhores condições, emprego ou estudo. Outra causa do êxodo são as freqüentes invasões dos fazendeiros ao território ocupado pelos índios, conflito de terra que muitas vezes resulta na morte das lideranças indígenas. Tanto o conflito quanto as mortes assustam e fazem muitos índios fugirem de suas aldeias.
Nos centros urbanos, a imagem estereotipada de índio normalmente gera preconceito e exclusão. Definimos o índio segundo a aparência física e o congelamos no tempo e espaço: índio é quem fala outra língua, possui olho puxado, cabelo liso, pele avermelhada e vive na mata, como a 500 anos atrás. Todas essas predefinições estão ausentes em muitos índios atualmente. Por não serem considerados indígenas, os índios urbanos geralmente são vítimas de segregação ou de confusões pessoais acerca de sua própria identidade.
Fonte de pesquisa: Ambiente em foco
Os indígenas vieram mostrar que podem viver entre nós sem deixarem de ser quem são. Suas culturas devem ser preservadas e o respeito deve permear nossas relações. Devemos isso a eles.
*Fotos minhas, do Centro de Porto Alegre;
*Há alguns anos eu ficava revoltada vendo essas crianças na rua, sempre descalças e sujas, apesar de estarem sempre brincando e aparentemente felizes... Então eu aprendi nas minhas pesquisas que é da cultura dos índios os filhos nunca ficarem longe das mães, independente de qualquer coisa. Então passei a admirar essas mulheres, entender a situação, respeitá-las e ajudar de alguma forma, seja comprando o artesanato que fazem ou doando algum alimento, sempre que possível. Hoje é 19 de abril - o dia do índio.
Adorei esse post, Duzinha. Conseguiu - com o texto e com as fotos autorais - desmistificar um pouco da imagem que ainda temos dos índios, aqueles que dançam pintados e pelados em torno da fogueira.
ResponderExcluirImpressionante como a gente nem para pra pensar no que a dita civilização fez com a população indígena, né? Em nome do progresso...