Fugindo de mim (mono-diálogo)
Ela: Com dois monólogos não se faz um diálogo...
Ele: Nem sempre! É preciso que estejam a menos de meio metro de distância, ou então ligados por uma amizade tecida com fios de dor, amor, paixão, saudade e tingida com a cor da esperança!
Ela: Esse é o tipo de coisa que você escreve, que dá asas à imaginação. É nessas horas que eu realmente gostaria de saber voar.
Ele: Para mim teria a força de um parto atrasado, de alívio...Mas se te faz mal...por favor. O que você quer fazer? Se falar resolve, abre teu coração. Se o contrário, vamos esquecer!!! Estamos na mesma situação. Isso serve de consolo ou como a onda, remove o fundo do mar?
Ela: Eu não sei o que eu quero, aliás, sei sim, mas o que eu quero você não pode me dar. Eu queria um abraço de urso agora, chorar no ombro de alguém...Quem sabe eu ganharia um beijo e como numa mágica, meu coração parasse de sangrar?
Ele: Assim é a Natureza! Da mesma forma que os astros se alinham as vidas se cruzam. Coincidentemente sofremos do mesmo mal e tenho os mesmos sintomas. A faca cravada não está no meu peito, mas no meu estômago. É como se uma mão de ferro o apertasse cada vez que a lâmina do pensamento adentra mais um pouquinho.
Ela:“Quis jogar fora tudo que é dele ou tudo que traz uma lembrança! Mas como, se não tenho coragem de me jogar nos trilhos do trem?”
Ele:“Deviam vender na papelaria, ou talvez na farmácia uma borracha bem grande para que eu pudesse apagá-la do meu coração....”
[Du]
Caramba! Olha eu! :-)) Mal li a primeira frase já delirei!
ResponderExcluir"Com dois monólogos não se faz um diálogo..."
Que frase certeira!
(Agora lerei o resto...)
Adorei este mono-diálogo!
ResponderExcluirAchei Ela mais 'monológica' que Ele (um tanto 'dialogístico').
Perfeito!
Mono-diálogo! Há, perfeito post. E sob pensamentos não tão sincronizados em relação aos monólogos, ao fim, os mesmos sentimentos.
ResponderExcluirDuzinha, é sempre uma delícia te ler... Gostei muito do mono-diálogo! Sua imaginação é linda...
ResponderExcluirBeijos com gosto de saudade!!!
Du,
ResponderExcluirEstás mto profunda para uma segunda-feira...
Mas gostei deste post!
bjo
Du, você foi delineando essas falas dissonantes, desencontradas e eu pensando - o amor de um homem delira tão intensamente quanto o amor de uma mulher. Ela deseja acabar a vida nos trilhos do trem ele, precisa apenas de uma borracha. Quem disse que uma dor dói mais que a outra? Você foi bordando tudo isso com tanta maestria, que o leitor é que atua como o eleo de comunicação. Você nos confere essa amplitude de percepção, o sofrimento, a perda e a separação são abismos de dois, embora cindidos.
ResponderExcluirVocê sabe que sou sua leitora-fã e o que li me deixa ainda mais ligada nesse encontro de sensibilidade.
bjs Dú
Não tive como conter as lágrimas que tomaram o vazio dos meus olhos. E como uma inundação tomaram conta do meu descampado peito.
ResponderExcluirFiquei em dúvida! Essa situação me pareceu tão real, um instântaneo de um fragmento de vida....
Du, vc é simplesmente perfeita!!!
ResponderExcluirAs suas palavras são maravilhosas e o seu mono-diálogo fantástico!!!
Beeijos
Du,
ResponderExcluirMuito bom, um monólogo? Ou diálogo "monológico"? kkkk
Amei, querida!
" A faca cravada não está no meu peito, mas no meu estômago. É como se uma mão de ferro o apertasse cada vez que a lâmina do pensamento adentra mais um pouquinho. " Adorei essa parte, ficou show!
Beijos
Eu não tenho mais dúvidas de que, toda vez que passar por aqui, terei as melhores surpresas!!
ResponderExcluirLindo mono-diálogo, me vi em diversas partes dele!
Vontade de muitos abraços de urso e de encontrar algumas borrachas por aí...
Beijos, querida!
Ah... eu conheço esse texto.
ResponderExcluirMuito criativo Du. E ele fala.