Eu faço umas associações estranhas...

06:37 Dulce Miller 0 Comments



Todo mundo tem suas manias. A minha é ficar mexendo no cabelo o tempo todo quando uma das mãos está desocupada. Eu pego um cacho do cabelo que fica acima da testa e fico enrolando. Só que isso é tão automático em mim desde criança (meu pai tem essa mania, mas só quando deita pra dormir) que eu nem percebia que ultimamente estava muito pior, até meu pulso esquerdo começar a doer por isto, acredita?
Mas ô... que coisa difícil controlar uma mania! Quando menos espero o automático liga e lá estou eu mexendo no cabelo de novo! Chega a ser engraçado eu xingando a mim mesma, só não bati na minha mão ainda, mas  falta pouco pra isso! Imagina...


E eu faço umas associações estranhas...
Escrevendo este texto e ouvindo Maria Gadú cantando a música que ela fez em homenagem à avó dela, "Dona Cila" - tem um trecho que diz o seguinte: "O apego não quer ir embora, diaxo, ele tem que querer!"
Quando ouvi pela primeira vez chorei por toda emoção que senti na voz da Maria Gadú e por tudo que eu estava sentindo no momento. Esta coisa de apego é séria, é insegurança pura. Eu não me apego em nada material mas me apego demais às pessoas que amo e isso gera muito sofrimento. E então pensando e lendo muito nos últimos dias sobre o assunto, cheguei a conclusão que devemos ter "elos" com as pessoas e não apego. O apego não passa de insegurança disfarçada de afeto. Elos são mais sinceros, mas duráveis e mais saudáveis pois estão baseados na liberdade.

Não quero mais ter essa mania besta de ficar mexendo no cabelo o tempo todo e não quero mais sentir esse apego que maltrata o coração quando é desfeito sem consentimento da minha alma.

Eu sei que vou continuar brigando com o mundo e nunca vou entender pessoas que brincam com os sentimentos dos outros. Sei que ainda vou ser fraca o suficiente para chorar, me desesperar, sofrer como um cão sem dono e continuar cometendo erros, mas quero aprender a ser "meu melhor amigo" e se tiver que me apegar a alguém de novo, que seja a mim mesma! Que eu saiba perdoar sempre, principalmente a mim, mesmo que demore, porque preciso respeitar o meu tempo de dentro, porque cada um tem seu tempo certo de aceitação e entendimento dos fatos.

Por isso a meta agora é desapegar dos apegos.
E o cabelo... se for pra dormir me permito a mania, não dá pra radicalizar também, não é mesmo?


| Dulce Miller |