Você tem certeza que vive na realidade?

20:56 Dulce Miller 3 Comments

© Sean & Seng


Por diversas vezes na minha vida, quando planejava fazer algo diferente ouvia das pessoas: Seja realista! Ah! Faço a ressalva de que esse “algo diferente”, era sempre ligado mais a ações generosas que egoístas... 

Não vou aqui começar uma discussão teórica (e chata) sobre o que é realidade, mas podem ter certeza que a realidade existe e o único problema que temos é que, geralmente, estamos errados na nossa percepção sobre ela... 

Acredito que o principal motivo da nossa distorção perceptiva seja a valorização de um individualismo egoísta, que nos incita a forjar um poder e um prazer ilusórios sobre nossas vidas e nos faz acreditar que podemos viver somente para nós e por nós. 

A partir de então, se criam sociedades cruéis e relacionamentos humanos que parecem ignorar a sua finalidade de completude e transformação como se isso, fosse a única realidade possível. Para viver de forma realista, é inadiável sairmos dessa irrealidade egocêntrica, para a verdade de que partilhamos a vida com todos criando a realidade partir de cada “respir/AÇÃO”. 

Quer percebamos ou não, seremos sempre seres interdependentes: construindo ou destruindo, separando ou agregando, alterando nossas vidas e a vida das outras pessoas, tanto para o bem como para o mal. Estamos vivendo numa irrealidade esquizofrênica causada principalmente pela separação entre o que queremos realmente da vida e como vivemos. 

Uma das maneiras de voltarmos à realidade, é prestar mais atenção nos nossos desejos mais íntimos: será que eles se conectam como o que nos foi ensinado a desejar? O sofrimento, muitas vezes, é o aviso de que saímos da direção certa, entretanto estamos prosseguindo cegos, surdos e mudos pela dor; confundindo um papel de parede rabiscado de inseguranças tolas e pintado com as cores da ilusão com a verdadeira paisagem da vida: a solidariedade; onde a generosidade, longe de ser irrealista, nada mais é que o reflexo da percepção realista de nossa vida de comunhão. 







3 comentários:

  1. Suspirei também...
    Interessante, você tocou num ponto muito importante da personalidade humana!

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