A moça do sonho
Por Camila Mesquita
Praquela menina, dormir era sempre parque de diversões ou circo encantado. Ela nunca dormia sem sonhar. Nunca. E também nunca se incomodara com isso, até o dia que sonhou com o último sonho. Seus sonhos eram maravilhosos e fantásticos, como todo sonho de uma garotinha de voz doce tem que ser, mas sempre diziam a verdade. E ela sonhou com o último sonho. Assim ela o sentiu, o último sonho, como quem sente raiva ou coisa queimando a pele, doendo.
Nesse dia, ela acordara diferente, achando que o preto estava ainda mais escuro e que fim-do-mundo era o nome de um brinquedo de criança. Acordara para nunca mais dormir, pois não saberia não sonhar. E, sempre que fechava os olhos, sentia aquela estranha sensação de quem está perdido em um pesadelo e não consegue encontrar saída para o acordar, mesmo estando acordada. Então não dormia e travava luta incessante e dolorosa contra a noite que teimava em fazer o sol se ir e o cansaço se chegar.
Assim ficou, dias afim. Sem dormir, sem sonhar, sem viver. Até que, de tanto batalhar sozinha contra todo universo, que nem precisa se esforçar para derrotá-la, adormeceu. E, depois de muito dormir, acordou exausta. Acordou de um sonho de luzes apagadas, como se fosse película gasta de tanto exibir filme sem imagens e canções. Dormir era cinema mudo. Cinema cego.
Mas ela nascera para sonhar, e, como criança traquina que engana babá malvada, fugiu daquele pesadelo. Aos poucos, foi lendo livro que fazia imaginar, escutando música que conseguia tocar, falando com pessoas que diziam mais do que queriam dizer, e, à medida que crescia de tamanho, aumentava também seu dom de sentir coisas. E, quanto mais sentia, mais acumulava impressões naquela cabecinha sonhadora.
Então, um dia, sem sequer esperar, sonhou. Sonhou acordada. Sonhou simplesmente pensando em sonhar. Sonhou que sonhava. E sonhou sempre mais e mais alto e agora dormia só para parar de sonhar um pouco. Dormir para acumular mais sonhos para o dia seguinte. E, hoje, mulher crescida, mas ainda uma jovem moça, sonha tanto e tão bem que divide. Divide porque sabe que quem sonha tem tudo para realizar o que quiser.
Hoje, sonha, realiza e divide. E nós estamos aqui sonhando através dela também.
Nesse dia, ela acordara diferente, achando que o preto estava ainda mais escuro e que fim-do-mundo era o nome de um brinquedo de criança. Acordara para nunca mais dormir, pois não saberia não sonhar. E, sempre que fechava os olhos, sentia aquela estranha sensação de quem está perdido em um pesadelo e não consegue encontrar saída para o acordar, mesmo estando acordada. Então não dormia e travava luta incessante e dolorosa contra a noite que teimava em fazer o sol se ir e o cansaço se chegar.
Assim ficou, dias afim. Sem dormir, sem sonhar, sem viver. Até que, de tanto batalhar sozinha contra todo universo, que nem precisa se esforçar para derrotá-la, adormeceu. E, depois de muito dormir, acordou exausta. Acordou de um sonho de luzes apagadas, como se fosse película gasta de tanto exibir filme sem imagens e canções. Dormir era cinema mudo. Cinema cego.
Mas ela nascera para sonhar, e, como criança traquina que engana babá malvada, fugiu daquele pesadelo. Aos poucos, foi lendo livro que fazia imaginar, escutando música que conseguia tocar, falando com pessoas que diziam mais do que queriam dizer, e, à medida que crescia de tamanho, aumentava também seu dom de sentir coisas. E, quanto mais sentia, mais acumulava impressões naquela cabecinha sonhadora.
Então, um dia, sem sequer esperar, sonhou. Sonhou acordada. Sonhou simplesmente pensando em sonhar. Sonhou que sonhava. E sonhou sempre mais e mais alto e agora dormia só para parar de sonhar um pouco. Dormir para acumular mais sonhos para o dia seguinte. E, hoje, mulher crescida, mas ainda uma jovem moça, sonha tanto e tão bem que divide. Divide porque sabe que quem sonha tem tudo para realizar o que quiser.
Hoje, sonha, realiza e divide. E nós estamos aqui sonhando através dela também.
*Esse texto não é uma biografia da verdadeira Moça do Sonho, a Du, mas foi sim feito pensando nela, que é uma moça que sonha sempre e que eu admiro muito.
Postado originalmente no blog Um Conto de Fadas Particular, no dia 16/12/2008. Camila, saudades!
Os sonhos são o brainstorm da vida. São idéias que nos inspiram a fazer tudo cada vez melhor. O verdadeiro desafio está em colocar tudo isso em prática, fazer da vida um parque de diversões, aproveitando de olhos bem abertos esse circo encantado.
ResponderExcluirDu,
ResponderExcluirVou fazer uma blogagem coletiva dias 04 e 05 de setembro no Vidas Linha
http://vidaslinha.blogspot.com
e gostaria de contar com a sua participação. É só deixar o link do blog, levar o selo e na sexta ou sábado postar um texto contando sobre uma experiência marcante em sua vida!
Espero por vc!!!
bjs
Adorei...
ResponderExcluirEstou sem palavras
Gostei das metalinguagens dos sonhos dentros dos sonhos dentro dos sonhos de uma menina que acorda dormindo e sonha acordada! Bonito! Beijão!
ResponderExcluirDu querida
ResponderExcluirO teu sonho é o conto de fadas com que adormeces.. É inocente e terno, é simples e carinhoso. Um sonho pode não ser uma ilusão. Talvez a ilusão seja o instante em que o estamos a contar.... O acordar é "cruel" quando se sonha cor-de-rosa.... Quando o sonho é belo e deixa sorrisos no rosto... Quando é passado no branco das nuvens e em céus azulados... Quando abrimos os olhos e a realidade o desfaz...
Diga-me, tu existe?rs
Besos
Adorei...
ResponderExcluirEstou sem palavras.[2]
nossa q delicia esse texto
ResponderExcluirmuio lindo!!!
sonhar é sempre bom!
Sonhos...e que bela interpretação deles..
ResponderExcluirBjs
Ahhnn...
ResponderExcluirEu lembro desse texto.
Não sei o que/quem é melhor de tudo. Aquela que escreve com maestria, ou aquela que inspira tanta beleza!
Entre dúvidas, o importante é que se sonhe, se realize e se divida muita beleza.
Bjos nas duas.
Não é a biografia da verdadeira Moça Sonhadora.
ResponderExcluirÉ o Sonho da Vida Real dessa Menina Devaneadora e que tanto amamos.
Lindo texto Camila.
E Você merece, Du.
Beijos mil!!!
OH florzinha...
ResponderExcluirAchei lindo o texto..
Vc merece viu...
A foto então, combinou um monte!!
Bjinhos...
*Sonhar é preciso e faz tão bem....nos remete pra lugares jamais explorados e nos oferta prazeres inesquecíveis....portanto bons sonhos pra ti que inspirou belíssimo texto!!
ResponderExcluirBjss ♥
Du,
ResponderExcluirEsse é daqueles tipos de contos que nos fazem calar. Por isso nem sei o que dizer de tão encantado que fiquei.
Sem palavras. Sem palavras. Sem palavras.
Beijos.
Um texto inspirado na Moça do Sonho! E acho, a Moça do Sonho assinou embaixo! Interessante a associação do sonho com a perda da inocencia, a inconsciência e o resgate com a maturidade.
ResponderExcluir*Du, ontem tentei entrar no seu blogue várias vezes e não conseguia. Estava mexendo em algo? Beijus
Mesmo ao final vc dizendo que o texto não descreve exatamente a verdadeira Moça do Sonho, enquanto lia fui visualizando os sonhos, a moça, a fantasia, a ilusão, a inocência e tudo mais... Cada detalhe tão bem descrito. Mesmo não sendo totalmente você. Será que não é mesmo? rs
ResponderExcluirBeijos